quinta-feira, 23 de abril de 2015

Os vira-casacas

Apoio tácito dos organizadores ao arrocho fiscal reduz atos do dia 12

PT se diz aliviado porque “só 100 mil” pediram a cabeça de Dilma na Paulista

Para os organizadores, 800 mil pessoas foram ao ato de domingo na Paulista. O número é inferior ao dia 15 de março quando foram estimadas um milhão de pessoas. No país houve manifestações em 24 estados e no DF, também menores. A redução de participantes reflete o fato de que os organizadores querem Fora Dilma, mas para manter o arrocho e a recessão. O PT se apegou ao número de “só 100 mil” para festejar, mas foi rebatido pelo articulador político Michel Temer (PMDB): “O fato das manifestações deste domingo terem reunido menor número de pessoas do que em março não significa que elas têm menor importância”.

Editorial

Quem quiser derrubar Dilma precisa, para ser consequente, assumir a luta contra as medidas de arrocho que ela tenta impor ao povo e ao setor produtivo, através do ministro Levy. Esse pacote neoliberal pretende cortar direitos, salários, investimentos públicos, subir preços e impostos para transferir mais recursos ao setor financeiro.

Não dá para derrubar Dilma achando que ela não presta, mas o Levy é diferente, que os cortes “são necessários” - “pena é que vieram tarde”. Apoiar aberta ou tacitamente as medidas de arrocho não ajuda o “Fora Dilma”. Basta ter mais de um neurônio para perceber que só serve para dar força a Dilma.

Por outro lado, quem quiser - de fato e não de papo - barrar a imposição desse esbulho contra a grande maioria da população precisa levar em conta que Dilma e a cúpula petista estão comprados e não abrirão mão do pacote enquanto não forem derrubados.

Tais são os fatos. Para caminhar é necessário usar as duas pernas. A luta contra o mal denominado “ajuste” e o “Fora Dilma” são duas faces inseparáveis da mesma moeda.

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