quinta-feira, 1 de outubro de 2015

PPL expulsa deputada distrital envolvida com quadrilha

O Diretório Nacional do Partido Pátria Livre (PPL) decidiu por unanimidade (87 a 0), sem nenhuma abstenção, expulsar a deputada distrital Telma Rufino da legenda durante reunião extraordinária realizada no último domingo (30) em São Paulo. A parlamentar foi citada na Operação Trick, da Polícia Civil e do Ministério Público do DF, por envolvimento com uma quadrilha especializada em fraudes e golpes em instituições bancárias, entre elas o Banco do Brasil. A polícia avalia que o grupo, no qual Telma participa, teria dado golpes que desviaram recursos que podem chegar a 100 milhões de reais. O relatório apresentado pela Comissão de Ética do PPL ao Diretório Nacional recomendou a expulsão da deputada.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dilma: Ou veta, ou está fora.

Se Dilma não vetar o "financiamento privado de campanha", estará se suicidando, pois os "ainda 7% de aceitação", que ela tem, vai virar pó, ela vai dar uma demonstração de falta de coragem, a coragem decantada que ainda não foi provada no governo! Ela própria já disse que é contra o financiamento privado, o povo já disse que é contra também, só os "300 picaretas" da Câmara aceitam, o que prova que são manipulados pelo capital das empresas, aceitam a corrupção que eles gostam! Ela, se não vetar, liquidará sua biografia e sairá antes do prazo de validade! Ela tem a faca e o queijo na mão, tem a oportunidade de mudar radicalmente o modelo de eleição no Brasil, torná-la decente!

Joel Miranda 

#Já ultrapassamos a fronteira entre o "Apoio Dilma" e "Saia Dilma"!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Símbolo anti-PT: Boneco inflável do Lula em Londrina

Símbolo dos movimentos contrários ao governo federal e ao Partido dos Trabalhadores (PT), o boneco inflável com a figura do ex-presidente Lula vestido de presidiário, o popular "Pixuleco", virá a Londrina em outubro deste ano. A informação foi confirmada ao Portal Bonde pela dona da figura gigante, a hoteleira Celene Salomão de Carvalho, de 50 anos, membro do Movimento Brasil. 

Segundo ela, a agenda do boneco está repleta de compromissos Brasil afora. "Vamos levá-lo a cidades do Norte e do Nordeste na semana que vem, aproveitando o feriado de 7 de setembro. O 'Pixuleco' deverá ficar por lá por uns 20 dias, depois virá a Londrina e outras cidades do Sul. Ainda não temos uma data marcada", afirma Celene. De acordo com ela, o dia da vinda do boneco deverá ser definido nas próximas semanas, após novas tratativas com os movimentos que a convidaram a vir a Londrina. "É necessário que eles se unam para criar um protesto ou outra situação, dentro das bandeiras que defendemos, para utilizá-lo", diz. 

Ontem, quarta-feira (2), o boneco foi inflado em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, núcleo da Operação Lava Jato, que investiga esquemas de propinas e desvios na Petrobras. Nenhum incidente foi registrado. 

Celene explica que a estrutura necessária para o "Pixuleco" é sempre providenciada pelos movimentos das cidades. "Conseguimos fazê-lo na base da vaquinha, mas como eu estou com uma disponibilidade de tempo maior, represento o grupo viajando e levando o boneco. O pessoal das cidades que visito precisa pagar gasolina, hotel e alimentação para que eu me desloque. Além disso, eles também precisam conseguir os ofícios de liberação, o gerador e, se for o caso, os gradis de proteção", detalha. São necessários pelo menos seis homens para segurar o boneco de 12 metros e custo aproximado de R$ 12 mil enquanto ele é inflado. 

A hoteleira afirma que a ideia de confeccionar o boneco surgiu em Maceió (AL) com o propósito de levá-lo a todo o país. "Além de utilizá-lo para protestar, aproveitamos para colher assinaturas para o abaixo-assinado do projeto de Lei que pretende implantar 10 medidas conta a corrupção." 

Na última sexta-feira (28), o "Pixuleco" foi inflado em frente à Prefeitura de São Paulo. Durante a mobilização, uma mulher furou o boneco e foi detida por guardas municipais.

Fonte: www.bonde.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Cunha usou igreja para lavar dinheiro da Petrobrás

Aliado do PT no assalto à estatal e no ajuste fiscal quer escapar do castigo tirando onda de oposição 

É difícil encontrar quem não saiba que Cunha é um bandido. Inclusive os que o defendem não ignoraram o fato.

Ele próprio cultiva a imagem de velho chefe mafioso, que manda queimar a loja para vender proteção ao dono. O ostensivo desprezo pela verdade, a religiosidade de fachada e um chumaço de cabelo implantado, grudado à cabeça com gomalina, completam seu perfil de sumo sacerdote da crença no vale tudo para se dar bem.

O modo petista de governar, fazendo das eleições um campeonato de marketing movido a dinheiro roubado, criou o ambiente de cinismo e dissolução para que uma figura desse calibre chegasse à presidência da Câmara.

Em aliança com o PT, Cunha participou ativamente do assalto à Petrobras. E o pixuleco recebido forneceu providencial reforço ao seu poder de aliciamento.

Na denúncia apresentada contra ele ao STF, o procurador-geral da República exige, além da condenação criminal, a “restituição do produto dos crimes no valor de US$ 40 milhões” - 40 milhões de dólares! - e também uma reparação pelos danos causados correspondente ao mesmo valor.

Na presidência da Câmara, Cunha apadrinhou o ajuste fiscal, que Dilma copiou de FHC para elevar os ganhos do setor financeiro às custas do emprego, salário, indústria, comércio e serviços públicos.

Agora que a casa caiu para ambos, ele quer se safar aproveitando a impopularidade da presidente para cavar uns pontinhos no Ibope posando de oposição.

Apesar das evidências em contrário, Cunha acredita que responsabilizando Dilma por seus problemas com a Polícia e a Justiça possa granjear algum apoio para sua causa. É um jogo que diz bem do caráter de quem o pratica.

É verdade que ninguém pode ser condenado antes de apresentar a defesa. Porém é uma verdade geral que não invalida outra mais ajustada ao momento: a Presidência da Câmara não pode ser usada como escudo para embaraçar a ação da Justiça.

Portanto, a remoção de Cunha deste cargo, através de renúncia ou cassação por falta de decoro, torna-se imperiosa para que o STF cumpra o seu rito, sem percalços.

Se as cúpulas do PSDB, Dem, PMDB, PT e outros menos votados quiserem abraçar o caixão sem alça e formalizar a adesão à respeitável “bancada da rola”, tanto pior para eles. Aqui se faz, aqui se paga.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Cunha embolsou US$ 40 milhões de "pixuleco"

Até a igreja que ele frequenta foi usada para lavar a propina, segundo o procurador-geral 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na quinta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por receber US$ 40 milhões (quarenta milhões de dólares) de propina nos contratos da Petrobrás com a Samsung Heavy Industries, da Coreia, para fornecimento de navios-sondas para a estatal. Segundo o procurador, que pediu a condenação do deputado a mais de cento e oitenta e quatro anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, até uma igreja da Assembléia de Deus foi utilizada pelo deputado para lavar dinheiro desviado da Petrobrás. 

Também foram alvos de denúncia a ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), aliada de Cunha e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), acusada de ter participado, a mando do deputado, de manobras de chantagem contra as empresas para o pagamento das propinas. 

Na denúncia contra Eduardo Cunha a PGR pede que sejam devolvidos US$ 80 milhões [R$ 284,20, ao câmbio atual] – US$ 40 milhões como restituição de valores desviados e mais US$ 40 milhões por reparação de danos. Segundo a Procuradoria, a quantia paga pela Samsung foi depositada no exterior, em contas indicadas pelo lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção e preso na Operação Lava Jato. A PGR informa na denúncia que identificou 60 operações de lavagem de dinheiro, entre as quais remessas ao exterior, entrega de dinheiro vivo, simulação de contratos de consultoria, emissão de notas frias e transferências para uma igreja da Assembléia de Deus de Campinas, vinculada a Cunha, a a pretexto de doações religiosas. 

OPERADOR 

Segundo consta na denúncia da Procuradoria-Geral da República, o operador do PMDB, Fernando Soares, orientou Júlio Camargo, que prestava serviços para a empresa Toyo Setal, a efetuar dois depósitos num total de 250 mil reais para a igreja da Assembléia de Deus Madureira, de Campinas. Os dois depósitos na referida igreja foram efetivamente feitos no valor de 125 mil reais em 31 de agosto de 2012 pelas empresas Treviso e Piemonte, pertencentes a Camargo. De acordo com o procurador-geral, "é notória a vinculação de Eduardo Cunha com a igreja mencionada. O diretor da igreja perante a Receita Federal é Samuel Cássio Ferreira, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembléia de Deus de Madureira, no Rio de Janeiro, freqüentada por Eduardo Cunha. Foi nela, inclusive, que o deputado celebrou a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, conforme divulgado pela imprensa. 

A investigação sobre as atividades criminosas de Cunha começou a partir de depoimento, prestado em acordo de colaboração com a Justiça pelo doleiro Alberto Youssef em outubro de 2014 à Lava Jato. Segundo Youssef, o operador da Samsung Heavy Industries e de uma empresa associada, a Mitsui, Júlio Camargo, pagou propina a Cunha a partir do fechamento de contratos da empresa com a Petrobrás. Foram assinados dois contratos para fornecimentos dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, com a anuência do então diretor da área internacional da petroleira, Nestor Cerveró. Os dois contratos custaram aos cofres da Petrobrás US$ 1,2 bilhão. 

Segundo Youssef, a propina foi paga por Camargo a Fernando Soares por meio de remessas ao exterior. De acordo com a denúncia do procurador, no período de 2006 a outubro de 2012, a contratação do navio-sonda Petrobras 10.000 gerou o pagamento de propina no valor de US$ 15 milhões. No segundo navio, o Vitória 10.000, a propina paga foi de US$ 25 milhões. Youssef contou que em determinado momento os pagamentos da Samsung a Camargo cessaram, o que impediu o operador de continuar pagando Baiano. Ele também disse que, para pressionar Camargo a retomar os pagamentos, Cunha então apresentou, por meio de outros parlamentares do PMDB, requerimentos na Câmara para pedir investigações do TCU e do Ministério de Minas e Energia sobre Camargo e a empresa Mitsui, parceria da Samsung no negócio dos navios-sondas. Os registros da Câmara indicaram que a deputada Solange Almeida de fato apresentou requerimentos no sentido de se ouvir Camargo e as empresas. O peemedebista teria dito ainda a Camargo que era preciso não só resolver o problema dele, Cunha, como também a parcela que deveria ser entregue a Baiano. 

Preso na Operação Lava Jato, Júlio Camargo também fechou um acordo de colaboração premiada com a Justiça, porém a princípio não confirmou a propina a Eduardo Cunha. A versão mudou por volta de março deste ano, quando, em novos depoimentos, Camargo confirmou a história narrada por Youssef. Um processo tramita no Paraná sobre o mesmo assunto, mas tendo por foco o ex-diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró. Ao ser ouvido pelo juiz Sergio Moro em audiência naquele processo, Camargo confirmou ter pago a propina a Cunha. 

Segundo Camargo, Cunha disse a ele durante um encontro, em 18 de setembro de 2011, acertado por Baiano no escritório da empresa Leblon Empresarial, na Av. Afrânio de Melo Franco, na Zona Sul do Rio, que "o problema que eu tenho é com o Fernando [Soares] e não com você. Acontece que Fernando não me paga porque diz que você não o paga. Como o Fernando não tem capacidade de me pagar, eu preciso que você me pague", disse Cunha. "Não é nada pessoal contra o senhor", prosseguiu. "[Mas] há um débito com o Fernando no qual eu tenho que receber US$ 5 milhões desse pacote referente às sondas". "Isso está atrapalhando porque estamos em véspera de campanha e eu tenho uma série de compromissos". Depois dessa conversa, Camargo disse que pagou os US$ 5 milhões exigidos por Cunha e voltou a pagar regularmente a propina, por meio de repasses a empresas controladas por Baiano no exterior. 

MEDO 

Essa segunda fase de repasses, segundo Camargo, está relacionada às cobranças de Eduardo Cunha. A investigação da Lava Jato demonstrou que Baiano era o controlador das contas abertas em nome das firmas offshore Three Lions Energy, mantida no banco Leu, em Genebra, da Falcon Equity, na Suíça, e da 3 Lions Heavy Industries em Hong Kong. Em suas alegações finais no processo, Camargo disse que pagou Cunha "sob ameaças". Ele disse também que não tinha revelado esses fatos antes por medo do deputado. 

O procurador denunciou ainda, no mesmo dia, o senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL), integrante da base aliada de Dilma, por envolvimento em outro esquema de propina, desta vez na BR Distribuidora. Ele é acusado de receber R$ 26 milhões de propina. Completam a lista dos denunciados pelo procurador, Pedro Paulo Leoni Ramos, notório ex-ministro do governo Collor, e mais três pessoas ligadas ao senador. 
SÉRGIO CRUZ

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Com Dilma o PIB vai pro ralo

Juros de Dilma fazem o setor público torrar 7,9% do PIB até junho

Média dos oito anos de FHC foi menor: 7,0%. É isso que precisa acabar para país voltar a crescer 

A oposição tucana e seus penduricalhos, que convocaram os atos de domingo, querem derrubar Dilma, mas não querem acabar com o ajuste fiscal que está arrasando indústria, comércio, salários, empregos, aposentadorias, serviços públicos... E tudo para aumentar os lucros do setor financeiro através de juros cada vez mais elevados.

Querem derrubar Dilma para poderem, eles mesmos, pilotar o ajuste e canalizar para seus respectivos bolsos o cobiçado pixuleco.

Como este é um jogo difícil de ocultar, é natural que as manifestações por eles convocadas tenham estacionado. Ainda levam bastante gente, mas não crescem, não empolgam. E seria necessário crescer para terem efeito prático.

Assim, abre-se uma larga avenida para a construção de um amplo movimento patriótico que ganhe as ruas, associando o “Fora Dilma” ao fim do arrocho fiscal.

Dilma, Temer, Cunha e Renan, cada qual a seu modo, estão sustentando um monstruoso processo de transferência da renda de todos os brasileiros para uns poucos nababos que controlam o setor financeiro.

No primeiro semestre deste ano, o setor público pagou de juros o correspondente a 7,92% do PIB. Percentual maior do que a média de 7,0% praticada nos oito anos do governo FHC.

É isso que precisa acabar para o Brasil voltar a crescer.

E não dá para esperar até 2018.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dilma já bate FHC nos gastos/PIB com juros

De janeiro a junho deste ano a despesa do setor público com juros é de 7,92% do PIB. A média de FHC foi de 7,00%. Lula 6,31%


Nos primeiros seis meses, a parcela da produção de riqueza transferida - via juros - do setor público para os bancos, fundos e outros rentistas, superou até a do governo Fernando Henrique.

Na média, Fernando Henrique drenou, ao ano, 7% do Produto Interno Bruto em juros, para o setor financeiro: no primeiro mandato, 6,24% do PIB ao ano; no segundo mandato, 7,76%.

Mas, no primeiro semestre deste ano, a drenagem, através dos juros, de recursos do setor público – vale dizer: dos recursos coletivos de toda a sociedade – para os bancos atingiu 7,92% do PIB.

Já veremos o significado econômico dessa hemorragia. Antes, algumas considerações, digamos, filosóficas.

LEPRA
Entre as coisas que não recomendam um ser humano, porque não são coisas humanas, é difícil saber o que é pior, se a estupidez, a má-fé ou o servilismo. Mas é seguro que o pior são os três juntos – e ao mesmo tempo.

Recentemente, alguns cavalheiros e damas se propuseram à impossível tarefa de defender o governo, recorrendo à explicação (?!) de que os juros no governo Fernando Henrique eram mais altos.

É a mesma coisa que defender a lepra, com a argumentação de que a peste bubônica era pior. Se depender de tais defensores, estaremos, em breve, num leprosário – e não em um país.

Logo, só pode ser estupidez, má-fé ou servilismo. Nos casos mais perdidos, os três.
É óbvio que o governo Fernando Henrique, e seus juros siderais, devastaram o país. Nós sabemos disso até melhor que a maioria dos defensores dos juros altos do governo Dilma, pois lutamos contra o governo tucano, o que não se pode dizer muito de alguns.
No entanto, essa defesa ridícula é, também, uma vigarice.

Entre o primeiro mandato de Dilma e o segundo – o período de seis meses, de janeiro a junho – a transferência em juros do setor público para o setor financeiro aumentou de 5,64% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7,92% do PIB (ver tabela ao lado).

Portanto, aumentou +40,43% em seis meses, em relação à média do primeiro mandato.
Comparado ao mesmo período do ano passado, em termos monetários, o aumento foi maior: +87,84% - as transferências aos bancos, sob a forma de juros, aumentaram de R$ 120 bilhões e 246 milhões para R$ 225 bilhões e 870 milhões.

A projeção até o final de dezembro é R$ 450 bilhões. Ou seja, a perspectiva é que o setor público transfira aos bancos, em juros, o equivalente a praticamente toda a receita tributária (impostos + taxas) da União, cuja previsão para 2015 é R$ 453 bilhões (cf. STN, RREO junho 2015, p. 9).

A política do atual governo consiste, precisamente, em aumentar de modo brutal a pilhagem do setor financeiro sobre a produção, o Estado, a sociedade. Aumentar a parcela da renda que é saqueada pelos monopólios financeiros, deixando as indústrias e empresas nacionais, assim como os trabalhadores e o Estado nadando em seco – ou, mais exatamente, em estado de inanição.

É isso que os neoliberais chamam de "ajuste". Sempre querem "ajustar" o país, o Tesouro, a sociedade e o setor produtivo a um domínio sempre maior, a uma apropriação sempre maior do setor financeiro - parasitário, improdutivo, estéril - sobre o valor produzido por todos, sobre o resultado do trabalho da população.

Alguns já notaram que esse "ajuste" é como o de Procusto, o salteador que ajustava as vítimas ao tamanho do seu leito, esticando-as ou cortando seus pés ou pernas – ou, talvez, a cabeça.

Trata-se de aumentar a parcela do setor financeiro no produto – pois, até agora, apesar das macaquices em que o sr. Levy foi amestrado pelo FMI, não há outra forma de gerar valor, renda, senão através da produção, isto é, do trabalho. O "ajuste" resume-se em aumentar a drenagem do valor criado por quem produz, para aqueles que não produzem nada - cabendo a parte do leão aos que estão em Wall Street e outros logradouros semelhantes.

Com certeza, há uma série de racionalizações, auto-ilusões e otarices várias, que não chegam a ser um fenômeno psicológico – estão mais para o fisiológico, no sentido mais grosseiro do termo.

Será que alguém acredita que, se dermos mais dinheiro aos especuladores, eles irão investir e fazer o país crescer, ao invés de especular – aqui ou fora do país?

Onde foi que o corte de todos os investimentos públicos fez o país crescer – e não afundá-lo, como sempre aconteceu nesses casos?

Mas é uma boa política para propineiros – a política neoliberal é feita por ladrões e para ladrões. E, se há algo que aqueles que circundam o Planalto se convenceram, é que o normal em política é roubar.

Um engano. Tanto não é, que uma parte deles – é verdade que ainda pequena – já está na cadeia.

Mas, qual a diferença dessa política para a de Fernando Henrique e seus esvoaçantes seguidores?

Talvez haja alguma na histeria, aqui ou ali, ou na metodologia da propina, sabe-se lá. Fora isso, aplica-se o dito por um luso de Trás-os-Montes, exilado no Brasil durante a ditadura salazarista, quando de volta ao nosso país, após a contrarrevolução de 25 de novembro de 1975: "só as moscas são outras".

Os dilmistas, portanto, não têm razão em usar os juros dos tucanos como se fosse biombo de bordel para os seus juros altos.

De janeiro a junho, a transferência de juros, em termos de Produto Interno Bruto – ou seja, de valor produzido dentro do país – foi até maior que a média dos tucanos.

SANGRIA
Com uma sangria de R$ 450 bilhões em juros por ano para os monopólios financeiros, não há Estado e não há economia viável. Tal rapinagem é incompatível com a existência da própria Nação.

Daí as explosões em todo o país, desde janeiro, que tendem a se fundir numa grande convulsão nacional, em meio à destruição em todas as áreas dos serviços públicos, ao desemprego, ao corte de direitos, ao rebaixamento dos salários, e ao original projeto do governo para todas as questões e para tudo: a privatização, ou seja, mais propina – na Saúde, na Educação, nos Transportes, na Petrobrás.

Se as coisas continuassem desse jeito, proximamente, esperar-se-ia um projeto de dissolução do Exército, com a contratação, em seu lugar, de uma milícia mercenária da Blackwater - aliás, "Xe Services", aliás, "Academi" (deve ser a empresa que mais muda de nome no mundo, mas, aqui, até as moscas são as mesmas).

A revolta contra o estelionato eleitoral de Dilma e a revolta contra o "ajuste" neoliberal são, no fundo, a mesma. Em que consiste o estelionato, senão em ter mentido, exatamente, sobre o "ajuste", sobre a destruição do país, que fez e está fazendo?

Assim, é impossível que a Nação se submeta a essa infâmia. Pode explodir, mas não se submeter.

Um pouco diferente da presidente, cujo ideal de vida, como disse, é "envergar, não quebrar" (v. seu discurso na Marcha das Margaridas, evento em homenagem a uma líder sindical heroica, assassinada por fazer o oposto de Dilma: jamais "envergar").


CARLOS LOPES

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Governo transferiu aos bancos 10,41% do PIB em juros

Em três meses, governo transferiu aos bancos 10,41% do PIB em juros 

Como parcela do PIB a vazão de juros mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado

De janeiro a março deste ano – portanto, em três meses - foi realizada a maior derrama de juros da História do país: o governo central forçou o setor público a transferir aos bancos, fundos e outros rentistas o equivalente a 10,41% do PIB, isto é, R$ 143,85 bilhões (ou, precisamente, R$ 143.847.234.817,81).

Em termos monetários, é 2,5 vezes o que foi transferido em juros durante o mesmo período do ano passado (ou, percentualmente, +145%), e quase metade dos juros drenados durante os 12 meses de 2014 (R$ 311 bilhões).

Como parcela do PIB - como parte equivalente à riqueza nacional adicionada pelo trabalho - a vazão de juros mais que dobrou: de 4,44% do PIB (janeiro-março de 2014) para 10,41%.

Ainda existem alguns indivíduos – em geral, simplesmente bobos - que repetem o que dizem os patifes neoliberais sobre o pacote de Dilma: que o “ajuste” é para crescer, algo inédito em qualquer parte do mundo onde tal saque foi aplicado.

Esses parcos economizam mais a sua massa cinzenta do que Harpagon - o avarento de Molière - economizava dinheiro. A ponto de tornar a dita massa cinzenta uma inutilidade. Mas acabam por resvalar, inevitavelmente, para o cinismo. A essa altura, se não sabem que o “ajuste” é para rebaixar os salários reais e drenar recursos da sociedade – do Estado e do setor produtivo – para a parasitagem financeira, sobretudo externa, é porque não querem saber.

Dito de outra forma: se não sabem é porque estão se lixando para a Nação e para o povo brasileiro.

Mas a verdade é que não têm como não saber.

Tanto assim que todos eles fizeram um silêncio sepulcral diante do novo relatório de política fiscal do Banco Central, publicado na última sexta-feira, apesar de ser um documento escandaloso – exatamente porque é uma demonstração do gangsterismo rentista a que o país foi exposto por Dilma.

O silêncio (melhor seria dizer: o abafamento) dessa trupe diante da hemorragia de recursos públicos – recursos do povo – bombeados pelo governo para os rentistas é, exatamente, a sua confissão de culpa, de cumplicidade (ou mais que isso) nos crimes que estão sendo perpetrados contra o Brasil.

Uma pilhagem de R$ 143,85 bilhões – ou 10,4% do PIB! – em apenas três meses, é coisa que nem Fernando Henrique ou Collor ou Café Filho ou Campos Salles (ou qualquer outro algoz do povo brasileiro) conseguiram. É por isso que aqueles elementos, que hoje parecem repetir os portugueses do século XVIII (“mal por mal antes o Pombal”), estão somente representando uma farsa, pois é muito difícil, provavelmente impossível, encontrar um governo pior na História do Brasil que o atual. Por sinal, o marquês de Pombal, perto de Dilma, é o próprio Prometeu, logo depois de acabar com o monopólio olímpico do fogo e dá-lo aos seres humanos, diante de uma pulga de circo (nenhum xingamento na comparação; é apenas uma questão relativa às dimensões – ou seja, à estatura - de cada um).

Observemos que, com R$ 143,85 bilhões por trimestre, mantido esse ritmo, a projeção até o fim do ano seria uma despesa com juros dos governos federal, estaduais, municipais e estatais – que constituem o setor público – de R$ 575 bilhões. O que é mais que toda a receita tributária (impostos + taxas) prevista no Orçamento de 2015 (R$ 453,352 bilhões) ou 45% da previsão de receita total do Orçamento Fiscal, isto é, todas as receitas menos as da Previdência (cf. LOA 2015, art. 2º, inciso I e Anexo I.

A comparação entre o gasto do setor público com juros e a receita federal prevista no Orçamento, é possível porque 94% das transferências de juros (o correspondente a 9,78% do PIB ou R$ 135,203 bilhões) foram feitas, no primeiro trimestre, pelo governo federal.

Mas não precisamos de projeção alguma. Basta o que já aconteceu nos primeiros três meses do ano: o gasto com juros no primeiro trimestre (R$ 143,85 bilhões) foi mais que a verba para o ano todo da Saúde (R$ 121 bilhões) ou da Educação (R$ 103,36 bilhões) ou da Defesa (R$ 81,57 bilhões) ou do que os R$ 75,3 bilhões do Ministério do bolsa-família ou mais que os R$ 105,869 bilhões que são a soma dos orçamentos de investimento de todos os Ministérios para todo este ano (cf. LOA 2015, Anexo I).

Entretanto, essas comparações têm um grande problema: são feitas com a dotação orçamentária aprovada pelo Congresso, na Lei Orçamentária Anual de 2015 (LOA 2015), e não com o que o governo realmente gastou (ou irá gastar, depois de “contingenciar” - ou seja, bloquear os recursos – ferozmente).

Na verdade, se nos atermos ao primeiro trimestre, o governo liberou apenas R$ 24,859 bilhões para “ações e serviços públicos de saúde” e R$ 13,471 bilhões para “manutenção e desenvolvimento do ensino”. No mesmo período em que “liberava” R$ 143,85 bilhões em juros para bancos, fundos e demais rentistas.

O “ajuste” de Dilma consiste em fazer todo mundo pagar – ou passar fome – para que alguns poucos privilegiados tenham sua vida dourada. Algo muito semelhante, ideologicamente, àquele sistema que, antes da Revolução Francesa, fazia com que a população inteira da França sustentasse uma ínfima camada de vagabundos afetados, que se reuniam em Versalhes para o ócio e mais ócio e mais...

Toda decadência é muito parecida com outra decadência.

Resumindo: o país está paralisado (ou, pior, caindo no abismo); as falências entre as médias empresas – o principal contingente das empresas nacionais – aumentaram, no acumulado do ano, +140% em janeiro, +145,5% em fevereiro e +131,6% em março; o desemprego deu um salto e, com toda probabilidade, irá para além de 10% até o próximo mês; os salários estão em queda em todas as regiões do país.
Enquanto isso, os juros básicos – o piso dos juros - foram aumentados pela quinta vez seguida, apesar de já serem maiores do que aqueles de qualquer parte do mundo, e o BC promete continuar aumentando-os.

A indústria – o setor decisivo para o crescimento, e, portanto, para os salários, vale dizer, para a distribuição de renda – continua sendo destruída: segundo o último resultado das Contas Nacionais, do IBGE, a participação da indústria de transformação no PIB caiu para 10,9% em 2014. Somente durante o governo Dilma, essa participação caiu em 4,1 pontos percentuais.

Para que essa terra arrasada, onde, se Dilma fosse até o fim dessa loucura, 200 milhões de brasileiros sustentariam, e, mais do que hoje já fazem, enriqueceriam um punhado de parasitas – alguns que jamais nem pisaram no país?

Exatamente para isso: aumentar a pilhagem financeira, o que implica em quebrar a produção, separar os empresários nacionais das suas empresas, desempregar e arrochar quem trabalha.

Um de nossos escritores – por sinal, também um político – afirmou que “há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã”.

Talvez seja uma boa descrição do que a submissa Dilma pretende para o Brasil.
CARLOS LOPES

Dep. Pacheco condena “barbárie” de Beto Richa

Parlamentares paranaenses repudiaram a ação truculenta do governador Beto Richa contra os servidores públicos que protestavam pela não aprovação do projeto que altera as regras do sistema previdenciário estadual nesta quarta-feira (28). Contrários à medida, os deputados expressaram sua indignação votando contra matéria aprovada por 31 votos a 20 e usando a tribuna para denunciar a repressão que acontecia do lado de fora da Assembleia Legislativa. 

“Surreal talvez seja a palavra que mais possa se aproximar da barbárie que nós estamos vendo nesta tarde. Não tem nada de black blocs. Tem a força policial contra o povo do Paraná. Tem a força policial contra os professores, contra os trabalhadores”, afirmou o deputado Márcio Pacheco, do Partido Pátria Livre (PPL), contestando a informação do governador e do presidente da Casa de que a polícia estava contendo grupos de vândalos mascarados. 

“Os professores estão sendo agredidos e os policiais também estão sendo agredidos na sua dignidade, enquanto nós estamos aqui dentro, sendo obrigados a votar um projeto que não tem condições de ser votado. Não é legítima a votação desse projeto”. Para o parlamentar que teve carreira na polícia militar e que afirma nunca ter visto cena semelhante, os deputados que votaram a favor desse projeto podem ganhar a votação, mas “estão perdendo nesta tarde um direito que não é alienável, que é o direito de andar de cabeça erguida”

O deputado Márcio Pauliki, do PDT, usou sua declaração de voto contrário ao PL para lembrar que “há sangue na rampa da AELP. Não podemos ignorar o que está acontecendo lá fora”. “O movimento dos servidores aqui em frente à ALEP é legítimo, composto majoritariamente por profissionais da educação que, assim como eu, querem um Paraná que valorize o cidadão.”, afirmou o parlamentar. 

“O que vimos aqui hoje foram cenas de horror. O Paraná ficou manchado com o sangue dos educadores. E este projeto será sempre lembrado por ser a causa da morte do estado democrático no Paraná”, são as palavras do deputado Requião Filho (PMDB). “Por que, na hora do aperto, mexer com os mais fracos? Por que tirar dinheiro dos nossos professores e dos funcionários públicos do Paraná?”, questionou. 

O senador Roberto Requião (PMDB), também se solidarizou aos professores da rede pública. “O governo está socorrendo o orçamento em cima de um desfalque da previdência e montando uma gambiarra. Isso vai estourar lá na frente, sem sombra de dúvidas”. Requião denominou a repressão policial que deixou ao menos 200 feridos de “massacre”. “Agressão de Richa contra os professores é estúpida, violenta, cruel, imbecil, idiota e desnecessária”, disse por meio de redes sociais. 

Policiais militares que se recusaram a participar da agressão contra os professores foram presos 

Ao menos 17 policiais militares se recusaram a participar do cerco aos professores que se manifestavam em frente à Assembléia Legislativa do Paraná e, por descumprir ordens, foram presos. 

A informação foi fornecida pela própria Polícia Militar nesta quarta-feira (29). 

Um efetivo de 4 mil homens, deslocados de todo o Estado, foram colocados pelo governador Beto Richa (PSDB) para reprimir com cães, balas de borracha, bombas e cassetetes os servidores públicos que protestaram contra a aprovação do projeto que permite que a administração estadual assalte o fundo previdenciário do funcionalismo. Foram mais de 200 feridos. 

De acordo com informação de um policial que não se identificou e foi veiculada pelo Paraná Portal, outros 50 militares deverão ser exonerados por não cumprir as ordens de usar a força contra os professores.

terça-feira, 5 de maio de 2015

PR: Selvageria deixou mais de 200 feridos

Richa adere a ‘ajuste’ que Dilma quer impor ao país massacrando professores no Paraná 

Governador disse para o amigo Levy: "Só estou fazendo minha parte..."

O governador tucano do Paraná, Beto Richa, promoveu uma violenta repressão policial, na quarta-feira, para impedir que servidores públicos se aproximassem da Assembleia Legislativa (ALEP) e se manifestassem contra o projeto que desvia R$ 140 milhões, a cada mês, da previdência dos servidores estaduais para o caixa do governo. 20 mil manifestantes foram agredidos com bombas, gás de pimenta, tiros de bala de borracha, cassetetes e cães. De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve mais de 200 feridos, alguns em estado grave. Seis pessoas foram presas.

Pit Bull da PM ataca repórter 

Segundo relatos dos manifestantes, além de atiradores de elite, a polícia usou helicópteros para jogar bombas de gás lacrimogêneo. Um cinegrafista da TV Bandeirantes foi atacado por um Pit Bull da PM. Ferido na perna, teve que passar por cirurgia. “É uma mancha deplorável na história do nosso Estado”, resumiu em nota o Sindicato da categoria.

PR: Governo atira bombas contra servidor

Professores foram agredidos na porta da Assembleia

O governador do Estado do Paraná, Beto Richa (PSDB), recorreu a uma violenta repressão policial, na quarta-feira (29), para impedir que servidores públicos se aproximassem da Assembleia Legislativa (ALEP) e se manifestassem contra o projeto (PL 252/2015) que desvia R$ 140 milhões, a cada mês, da previdência dos servidores estaduais para o caixa do governo.

Desde o início da manhã, professores realizavam manifestação em frente à Assembleia, buscando acompanhar a votação, que ocorria à portas fechadas.

Durante a tarde, já cercado por PMs, o Centro Cívico (região onde se localiza a Assembleia) foi transformado em praça de guerra quando mais de 20 mil manifestantes - entre professores da educação básica, universidades estaduais, agentes penitenciários, estudantes e servidores da saúde e judiciário - foram agredidos com bombas, gás de pimenta, tiros de bala de borracha, cassetetes e cães. De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve mais de 200 feridos, alguns em estado grave. Seis pessoas foram presas. Muitos tentaram se refugiar no prédio da Prefeitura de Curitiba, localizado a alguns metros da Assembleia Legislativa.

Já no domingo, a Assembleia fora cercada por PMs a pedido do presidente da ALEP, Ademar Traiano, do mesmo partido que o governador, que se baseou numa ordem judicial para encaminhar a votação sem a presença de manifestantes. Segundo a versão do governador à imprensa, os manifestantes é que teriam agredido os policiais (“Na medida em que os manifestantes avançam nos policiais, eles têm que reagir”) e ainda atribuiu o acontecido a alguns mascarados “black blocs”.

Tanto isso é mentira que houve 17 policiais que se recusaram a participar do massacre – e foram perseguidos, presos por não aceitarem massacrar o povo.

Não eram os professores que portavam máscaras e armas – nem tinham eles condição de agredir a tropa que cercava a Assembleia.

“Eles abusaram das bombas. Tentamos resistir o máximo possível, mas fomos forçados a recuar. Muitos tiveram que entrar na Prefeitura de Curitiba, que virou um verdadeiro hospital improvisado. Havia também grupos de atiradores de elite em cima dos prédios”, relatou o professor Denny William da Silva, diretor do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Segundo relatos dos manifestantes, além da utilização de atiradores de elite, a polícia usou helicópteros para jogar bombas de gás lacrimogêneo nos professores. Um cinegrafista da TV Bandeirantes foi atacado por um pitbull da PM. Ferido na perna, teve que passar por cirurgia.

“Neste dia, que entrará para a história como uma data a se lamentar, o governo do Paraná ultrapassou todos os limites. Da civilidade, da moralidade, da humanidade. O execrável exemplo de abuso de autoridade - protagonizado pelo governador Beto Richa e pelo secretário de Segurança Pública Fernando Francischini – é uma mancha deplorável na história do nosso Estado”, disse o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato), através de nota.

Em greve pela segunda vez no ano, os professores paranaenses protestavam contra uma nova proposta de modificação da previdência, na qual o governo retira do fundo previdenciário R$ 140 milhões por mês. O projeto faz parte do “pacotaço” de ajuste fiscal que o governo tentou implementar no início do ano - como sempre, sob o nome de “ajuste”, está o mais desajustado ataque aos direitos da população, o assalto à Previdência, o arrocho aos salários, o corte dos investimentos públicos. Nada diferente do que vem sendo aplicado, no país inteiro, pelo governo Dilma/Levy.

Para Richa, o governo paranaense vem cumprindo a sua parte na política do facão. Como ele mesmo disse: “... a crise financeira nacional afeta a todos. O Paraná não é uma ilha dentro deste cenário, mas conseguimos avançar com um conjunto de medidas de ajuste fiscal, recompondo algumas alíquotas de impostos, e basicamente reduzindo gastos e despesas”, afirmou.

Na verdade, a receita corrente líquida do Estado aumentou 66,15% durante o primeiro mandato de Richa, passando de R$ 16,96 bilhões em 2010 para R$ 28,18 bilhões em 2014. A crise que existe no Paraná é o próprio governador Richa – e seus correspondentes federais.

Para saquear a ParanáPrevidência, o projeto do governo transfere 33 mil servidores estaduais aposentados para um fundo previdenciário próprio, deixando de receber diretamente do caixa do estado. Em síntese, o projeto, ao transferir dinheiro da Previdência para o caixa do governo, diminui o fundo daqueles servidores que ainda não se aposentaram. O governo afirma que só reporá o que tirar do fundo a partir de 2021, com 1 bilhão por ano tirado dos royalties da usina de Itaipu.

Ignorando os apelos, gritos, palavras de ordem e até mesmo as bombas que ecoavam do lado de fora, o texto foi aprovado em segundo turno na Assembleia Legislativa, com a mesma votação do primeiro turno - 31 votos a 20. O projeto segue para sanção do governador Beto Richa.

“E assim, neste dia, apesar da resistência pacífica e heroica dos (as) servidores (as) estaduais, a tramitação do projeto do governo continuou. Ao custo de sangue e lágrimas de centenas de trabalhadores (as). E isto, sim, é de lamentar e repudiar. Além de não podermos entrar e nos manifestar na Casa do Povo, fomos expulsos violentamente das ruas. É um desrespeito ao Estado Democrático de Direito. É o retorno de uma ditadura insana, na qual a vaidade e o projeto personalista do senhor governador se sobrepõe ao de milhares de trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o APP-Sindicato, em nota de repúdio divulgada na noite desta quarta-feira. Os docentes ressaltam, no entanto, que a repressão não vai ser o suficiente para calar e desmobilizar os servidores. Eles permanecerão em greve e acampados na praça principal da cidade.
PRISCILA CASSALE

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Os vira-casacas

Apoio tácito dos organizadores ao arrocho fiscal reduz atos do dia 12

PT se diz aliviado porque “só 100 mil” pediram a cabeça de Dilma na Paulista

Para os organizadores, 800 mil pessoas foram ao ato de domingo na Paulista. O número é inferior ao dia 15 de março quando foram estimadas um milhão de pessoas. No país houve manifestações em 24 estados e no DF, também menores. A redução de participantes reflete o fato de que os organizadores querem Fora Dilma, mas para manter o arrocho e a recessão. O PT se apegou ao número de “só 100 mil” para festejar, mas foi rebatido pelo articulador político Michel Temer (PMDB): “O fato das manifestações deste domingo terem reunido menor número de pessoas do que em março não significa que elas têm menor importância”.

Editorial

Quem quiser derrubar Dilma precisa, para ser consequente, assumir a luta contra as medidas de arrocho que ela tenta impor ao povo e ao setor produtivo, através do ministro Levy. Esse pacote neoliberal pretende cortar direitos, salários, investimentos públicos, subir preços e impostos para transferir mais recursos ao setor financeiro.

Não dá para derrubar Dilma achando que ela não presta, mas o Levy é diferente, que os cortes “são necessários” - “pena é que vieram tarde”. Apoiar aberta ou tacitamente as medidas de arrocho não ajuda o “Fora Dilma”. Basta ter mais de um neurônio para perceber que só serve para dar força a Dilma.

Por outro lado, quem quiser - de fato e não de papo - barrar a imposição desse esbulho contra a grande maioria da população precisa levar em conta que Dilma e a cúpula petista estão comprados e não abrirão mão do pacote enquanto não forem derrubados.

Tais são os fatos. Para caminhar é necessário usar as duas pernas. A luta contra o mal denominado “ajuste” e o “Fora Dilma” são duas faces inseparáveis da mesma moeda.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

SP: Dilma desempregou em 12 meses 173 mil

Essa é a notícia boa. A ruim é que com o “ajuste” a situação vai ficar muito pior 

A Pesquisa de Emprego da Fiesp de março constatou que 173 mil trabalhadores foram demitidos, na indústria instalada em São Paulo, desde março de 2014. No maior parque industrial do país, o número de trabalhadores na indústria de máquinas e equipamentos caiu -13,1% no mesmo período – só em março último foram 7.380 demissões apenas nesse setor. A perspectiva é de piora acentuada até o fim do ano.

Editorial 

Quem critica Dilma por ela não ter feito antes o que está fazendo agora ainda não entendeu que os cortes de salários, direitos, investimentos públicos e os aumentos de juros, preços e impostos visam apenas transferir recursos dos trabalhadores e do setor produtivo para os conglomerados financeiros internacionais.

Este arrocho neoliberal é como a velha derrama. Os petistas que aderiram a ele dizem que o “ajuste” é necessário para o Brasil voltar a crescer.

É mais um engodo.

Para o Brasil voltar a crescer é preciso reduzir e não aumentar a drenagem de recursos da Nação via juros, remessa de lucros, importações e roubalheira.

terça-feira, 7 de abril de 2015

PPL: Com Dilma, não dá mais


Nos dias 21 e 22 de março, reuniu-se em São Paulo o Diretório Nacional do Partido Pátria Livre (PPL). Depois de ouvido o informe do presidente do partido, Sérgio Rubens de Araújo Torres, e de intensos debates sobre o momento político e econômico, foi aprovada por unanimidade a Resolução Política que publicamos nesta página. Para informação de nossos leitores e por sua importância – em uma das situações mais críticas que já houve em nosso país – reproduzimos esta Resolução na íntegra, com a plataforma de lutas aprovada pelo PPL.
 

C.L.

Com o Ministério do Trabalho anunciando 80 mil desempregados em janeiro e fevereiro, e o Brasil mergulhado numa sombria recessão, Dilma insiste em castigar o povo com um pacote de maldades composto de medidas de arrocho que elevam juros; cortam investimentos públicos, programas sociais, direitos trabalhistas e previdenciários; reduzem salários; aumentam o preço do diesel, da gasolina, da energia, da feira e até mesmo os impostos pagos pela população de baixa renda.

O governo diz que esse sacrifício é necessário, para que o Brasil possa voltar a crescer. Mas se fosse verdade, por que Dilma não disse nada disso durante a campanha eleitoral? Por que pintou a realidade de rosa e anunciou que o país estava, inclusive, ingressando num “novo ciclo de desenvolvimento”?

Ela já tinha tudo planejado, mas escondeu dos eleitores. Pior, acusou os outros de quererem fazer exatamente o que está fazendo.

Preferiu eleger-se às custas de um estelionato eleitoral monstruoso. Mentiu nas eleições e, como achou que deu certo, continua mentindo agora.

Na verdade, o objetivo deste pacote, que eles chamam de “ajuste”, não é fazer o Brasil voltar a crescer. É esfolar o povo e as empresas produtivas nacionais para aumentar a transferência de recursos aos parasitários conglomerados financeiros internacionais, a fim de que eles possam “recuperar a confiança” de que “investir no Brasil é o melhor negócio”. Em poucas palavras: é tirar mais do nosso bolso para encher a burra dos achacadores. O objetivo da derrama é transferir mais riquezas para as matrizes de multinacionais situadas muito longe do Brasil.

O problema é que esse ideário neoliberal, segundo o qual o capital externo é tudo e nós não somos nada, adotado por Dilma já no primeiro mandato, foi a causa principal da derrubada do crescimento do país.

Não foi a crise econômica dos Estados Unidos, Europa e Japão, que estourou em 2008, a causa do Brasil ter parado de crescer. Dilma, PT e aderentes só adotaram esse discurso para encobrir sua responsabilidade pelo desastre. Muitos países, a exemplo da Índia e da China, não se deixaram achacar e souberam tirar vantagem da crise dos achacadores para reforçar suas economias e reduzir a distância em relação aos países ditos desenvolvidos. O próprio Brasil, no último ano de Lula, 2010, cresceu a uma taxa de 7,5%.

A diferença entre o governo Lula e o de Dilma – independente dos desatinos que o ex-presidente tem defendido hoje - é que o primeiro, mesmo sem superar inteiramente os ideais neoliberais de submissão ao capital externo, principalmente o norte-americano, que dominaram o governo FHC (1995-2002), resistiu a eles a ponto de criar um período de prosperidade econômica, avanço social e esperança de melhores dias para o nosso povo. Dilma, ao enveredar pelo caminho tucano, foi asfixiando o crescimento econômico e iniciando a reversão do quadro de melhoria das condições sociais, até chegar à situação atual de completo descalabro.

Ela envenenou a economia com seis elevações seguidas dos juros, logo após a posse, em 2011. Reduziu investimentos públicos; bloqueou a melhoria do salário mínimo e dos salários em geral; esmagou as aposentadorias; estrangulou a indústria; retomou as privatizações, rebatizando-as de “concessões”; estimulou a desnacionalização da economia, a ponto de estabelecer a participação de empresas estrangeiras como condição mínima para a realização de leilões no setor de infra-estrutura. Retirou da Petrobras o maior campo de petróleo do mundo, o de Libra, e obrigou-a a compartilhá-lo com multinacionais, ficando a nossa empresa em posição subalterna, com 40% da propriedade do consórcio que irá explorá-lo.

A estagnação do Brasil é consequência direta do servilismo cada vez mais despudorado de Dilma em relação aos piores interesses do capital externo.


O que a mãe da crise está fazendo agora, quando não dá mais para esconder a doença do crescimento zero, é dizer que vai curá-la aumentando a dose do veneno que a gerou.

Se essa política não for freada, o resultado será uma explosão social de proporções inauditas. Crescimento econômico, que é bom, não haverá nenhum.


Para o Brasil voltar a crescer, é preciso ter a coragem de jogar esse pacote no lixo, baixar os juros, aumentar o investimento público, melhorar os salários, dar prioridade às empresas genuinamente nacionais nos financiamentos e encomendas do Estado.

A solução do problema não é sangrar o país para aumentar a transferência de recursos aos conglomerados financeiros. A solução é reduzir essa transferência.

Não é verdade que o Brasil não tem condições de aumentar o investimento público. Cada ponto percentual a menos na taxa básica de juros, nos lembrava o saudoso Eduardo Campos, corresponde a R$ 28 bilhões a mais para o investimento público. Nos últimos dois anos, Dilma aumentou essa taxa em 4,5 pontos percentuais. Reduzi-la é o ponto de partida para superar a crise. Impossível é resolvê-la obrigando o setor público a pagar, como em 2014, R$ 311 bilhões só de juros - mais que o dobro dos gastos federais com Saúde e Educação somados.

De costas para o Brasil, dirigindo um governo e uma base parlamentar que se encontram atolados até o pescoço em ruidosos escândalos de corrupção, Dilma já não dispõe de um mínimo de autoridade moral para seguir governando.

Ela foi eleita no segundo turno com apenas 38% dos votos do eleitorado nacional – 62% a desaprovaram, negando-lhe o voto. Dois meses de governo foi o bastante para que perdesse a confiança de mais da metade dos brasileiros que votaram nela. Sua credibilidade caiu abaixo de zero.
A revolta contra o estelionato eleitoral, as medidas de arrocho e a roubalheira generalizada que seu governo patrocina ganhou as ruas.

Depois de tantos detalhes sórdidos que a operação Lava Jato revelou sobre a quadrilha de empreiteiras e políticos da base governista, inclusive os presidentes da Câmara, do Senado e uma legião de petistas ilustres, que roubaram bilhões da Petrobras com obras superfaturadas, Dilma continua tratando a todos como “companheiros” e “aliados”, sob a alegação cínica de que “não há provas”.

Ao mesmo tempo, baixa o decreto nº 8.420, que reduz e torna meramente simbólicas as multas contra empresas envolvidas em malfeitos, fixadas na lei anticorrupção. É dispensável dizer que essas empresas foram as principais doadoras de dinheiro para suas campanhas eleitorais.

Como se fosse pouco, encomenda à base uma reforma política, cujo objetivo é impor cláusulas de barreira antidemocráticas que reduzam o número de partidos no Congresso, para garantir que os maiores - isto é, os notoriamente corruptos - continuem a dominá-lo.

Sob Dilma, o Brasil só colherá mais retrocesso econômico e social, desindustrialização, estrangulamento dos serviços públicos e corrosão da moralidade pública.

Não podemos permitir que isso ocorra.

O mais importante agora é unir todas as forças vivas da Nação para erguer uma barreira de fogo contra as medidas antinacionais e antipopulares do governo.

A luta contra o pacote neoliberal, a mobilização geral para inviabilizar os projetos, medidas provisórias e decretos de arrocho é a principal missão de quem está comprometido, de fato, com o Brasil.

Quem enche a boca para dizer “Fora Dilma”, mas acha o Levy bacana e se omite na luta contra o pacote de maldades, está ajudando pouco o país a reencontrar o caminho do crescimento econômico e do progresso social.

Porém é preciso não ser ingênuo. Joaquim Levy não foi feito ministro da Fazenda por engano. Não adianta nutrir a esperança de que, diante da pressão, Dilma irá recuar. Ela não vai melhorar. No nível em que chegou, na trajetória da traição nacional, é mais fácil piorar.

Por isso, o Partido Pátria Livre, com todo o respeito, pede desde já a renúncia da presidente e seu vice, a fim de abrir caminho para a realização de eleições limpas no mais curto espaço de tempo. Eleições limpas: sem dinheiro sujo e dando ao povo condições de conhecer os verdadeiros projetos dos candidatos.

É preciso livrar o Brasil de um impasse longo, doloroso e de desdobramentos imprevisíveis.

Quando tudo vai mal e nada dá certo, restituir o poder à sua fonte de origem - isto é, o povo - é o remédio melhor e mais barato.

Há quem diga que não é democrático remover um governante do cargo, antes do final do mandato. Mas todas as democracias preveem essa possibilidade.

Antidemocrático seria condenar o povo brasileiro, que foi vítima de um estelionato eleitoral, a mais três anos e nove meses de agonia.

DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO PÁTRIA LIVRE

São Paulo, 22 de março de 2015

domingo, 29 de março de 2015

PPL: Se Dilma insistir no “ajuste”, acabará derrubada.

Com o pacote neoliberal, o governo usa gasolina para apagar fogo, denuncia PPL

O Diretório Nacional do Partido Pátria Livre (PPL) reuniu-se no último fim de semana em São Paulo para avaliar a conjuntura nacional e definir propostas para a ação da legenda frente às brutais medidas tomadas pelo governo, que atingem os trabalhadores, empresários e a Nação brasileira. Ao final da reunião, a direção do PPL aprovou uma Plataforma de Lutas e uma Resolução, que publicamos aqui. O PPL irá submeter a sua Plataforma de Lutas à análise das às forças políticas contrárias ao pacote neoliberal e que defendem punição exemplar aos que assaltaram a Petrobrás, patrimônio do povo brasileiro.

A seguir a avaliação e a Plataforma de Lutas do PPL.

SOBRE O "AJUSTE"
A diferença entre o governo Lula e o de Dilma é que o primeiro, mesmo sem romper substancialmente com o ideário neoliberal, resistiu a ele a ponto de criar um período de prosperidade econômica, avanço social e esperança de melhores dias para o nosso povo. O segundo, ao caminhar na direção oposta, foi asfixiando o crescimento e iniciando a reversão do quadro de melhoria das condições sociais, até chegar à situação atual de descalabro, com disparada de juros, cortes de investimentos públicos, empregos, salários, direitos trabalhistas e previdenciários, tarifaços, aumento de impostos para fazer "superávit primário".

O objetivo final deste pacote neoliberal que eles chamam de ‘ajuste’ é aumentar a transferência de recursos para os monopólios financeiros internacionais, a fim de recuperar a sua confiança de que "investir" no Brasil continua a ser bom negócio – apesar das contas externas, combalidas pela primarização das exportações e pela escalada das importações e remessas de lucros, estarem à beira do colapso. Em poucas palavras: Estão usando gasolina para apagar o fogo.

ESTELIONATO ELEITORAL
Se o primeiro governo de Dilma foi ruim, o segundo é uma catástrofe - e uma fraude. Ela se reelegeu com apenas 38% dos votos, através de uma campanha calcada na mentira e bancada pelos cartéis que parasitam a economia, inclusive notórias empreiteiras capturadas pela pela operação Lava Jato. Dilma não teve o pejo de acusar Marina de querer fazer tudo aquilo que ela está fazendo. Agora está colhendo o resultado. Ninguém acredita nela.

PETROBRAS
A Petrobras foi assaltada por uma quadrilha composta de próceres do PT e outros partidos da base, empreiteiras e diretores da empresa. Este consórcio desviou bilhões, superfaturando obras para financiar ganhos fraudulentos, mordomias e esquemas políticos.

O governo insiste, cinicamente, em dizer que não viu as provas, enquanto pressiona a Justiça a aliviar a quadrilha.

Diante disso, o discurso de que tucanos e mídia querem se aproveitar da situação para forçar a privatização da Petrobras e golpear a engenharia nacional soa apenas como uma patética tentativa de acobertamento do crime.

FORA DILMA
O aspecto principal da nossa tática consiste em erguer uma barreira de fogo contra as medidas do famigerado "ajuste" e as manobras do governo para que fiquem impunes os escroques que montaram essa máquina sinistra de assalto à Petrobras e outras estatais.

Mas está na hora de incorporar o "Fora Dilma" à essa tática - como um norte. O que não dá é para dizer ao povo que ele está condenado a aguentar esse governo por mais três anos e nove meses. Democraticamente, vamos obrigá-lo a retirar-se para abrir caminho a eleições limpas.

PLATAFORMA DE LUTAS

ABAIXO O PACOTE NEOLIBERAL

*** Não à escalada de juros;
*** Não ao veto à correção da tabela do Imposto de Renda;
*** Não aos cortes no seguro-desemprego, abono salarial, pensões por morte e seguro-defeso (MPs 664 e 665);
*** Contra o veto ao aumento das aposentadorias pelo índice
do salário mínimo;
*** Não ao aumento do imposto sobre a folha de pagamentos;
*** Não ao aumento do diesel, gasolina e tarifas de energia;
*** Não ao corte de R$ 10 bilhões da Saúde;
*** Não ao corte de R 7 bilhões da Educação;
*** Não aos cortes no Fies;
*** Não ao corte das casas para população de baixa renda, do Minha Casa Minha Vida; e contra a extinção do Minha Casa Melhor;
*** Não ao corte de mais 30% do Orçamento Federal;
*** Não à protelação da aplicação da lei que reduz a dívida dos Estados e Municípios com a União;
*** Não ao desemprego e à redução salarial.

NÃO À LENIÊNCIA COM O ASSALTO À PETROBRAS. ABAIXO O ESTELIONATO ELEITORAL! FORA DILMA! QUEREMOS ELEIÇÕES LIMPAS.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Pacote anticorrupção de Dilma protege corruptos

Na sua encenação, empresas corruptas não serão punidas e vão continuar mamando no governo 

A única medida efetiva do "pacote anticorrupção" de Dilma - a única que não é só marketagem - é a redução das multas ao Clube do Bilhão (o cartel de empresas que assaltou a Petrobrás) para que possam mais facilmente assinar "acordos de leniência" com a Controladoria Geral da República (CGU). Além disso, impede o Ministério Público de interferir no fechamento desses "acordos de leniência".

Ou seja, o objetivo do "pacote anticorrupção" é proteger os corruptos do maior escândalo de corrupção já acontecido no país. Em suma, manter intacto um esquema de roubo contra a Petrobrás que já estourou publicamente.

Essa falta de pudor é inédita na História do Brasil. Nem Collor ou Lupion chegaram nem perto disso. Talvez seja mais fácil, agora, entender a ascensão, no governo Dilma, do sr. Eduardo Cunha (sob os elogios babosos do líder do PT na Câmara, Sibá Machado) a principal figura da base governista.

PASTO

Já voltamos ao pacote de proteção aos corruptos. Vejamos, antes, outras originalidades.

Primeiro, Dilma somente lembrou de enviar esse pacote ao Congresso depois das manifestações do fim de semana (parece até que algum cidadão brasileiro não percebeu tal zelo pela coisa pública). Também nas relações com o povo, a regra é tentar suborná-lo com ouro de tolo.

Segundo, há um escândalo concreto: como todo mundo sabe, debaixo de Dilma, havia um gigantesco esquema de assalto à nossa maior, mais importante e mais estratégica empresa, que teve negócios ilegalmente privatizados para que seus vultosos recursos servissem de pasto a alguns ladrões. Montou-se um esquema de intermediação financeira – as chamadas empresas EPC – que impede os empresários verdadeiros, os que realmente produzem, de assinar contratos diretamente com a Petrobrás.

Esse esquema foi estabelecido com a anuência da então presidente do Conselho da Petrobrás, Dilma Rousseff – e manteve-se inalterado quando a mesma senhora Rousseff passou a morar no Alvorada. As empresas de intermediação que compõem esse esquema são antros de roubalheira e propinodutos confeccionados pelo sr. Renato Duque, grande colecionador de quadros no momento na cadeia, e pelo Sexta-feira de Duque, Pedro Barusco – que encontravam-se com João Vaccari, tesoureiro do partido da presidente, para fazer a partilha da propina.

Pois, assentada sobre um barril de pólvora desses, Dilma, ao lançar o seu "pacote" teceu considerações sobre o caráter secular da corrupção – e por pouco não a remeteu a Adão e Eva, que aceitaram da cobra a propina da maçã, ou a Esaú, que aceitou de Jacó a propina das lentilhas.

Literalmente, disse ela:

"Estamos purgando hoje males que carregamos há séculos, assim como a mancha cruel da escravidão ainda deixa traços profundos da desigualdade social do País. E colore a exclusão com as cores da escravidão. O sistema patrimonialista do poder, que sempre confundiu o público com o privado, que transformou o privado num mecanismo de controle do público e deixou uma herança nefasta de mau uso do dinheiro público".

Será que o tesoureiro do PT andou comprando alguns escravos? Pois, o que tem uma coisa com a outra? Ela poderia também dizer que a sífilis deixou "traços profundos" no país, ou o boi voador de Maurício de Nassau, mas, e daí? Não foram os escravos, nem os senhores de escravos, ou Nassau, ou os sifilíticos que roubaram a Petrobrás.

Sobre isso, nem uma palavra. Pelo contrário, o que ela está dizendo é que a culpa da roubalheira contra a Petrobrás não é do Vaccari ou do Duque ou do clube do bilhão. As coisas são assim mesmo, não há motivo para escândalo: o Vaccari, o Duque e o Clube do Bilhão somente seguiram a tradição.

Mas nunca houve tradição de roubar a Petrobrás. Pelo contrário, antes do atual escândalo, a Petrobrás sempre foi considerada, com justiça, a mais impermeável à corrupção das empresas brasileiras.

Porém, segundo Dilma, o Brasil é assim, a culpa é do "patrimonialismo", ou seja, de D. João I, rei de Portugal em 1385, que seria a origem do "patrimonialismo".

Mas D. João I – ou seu fantasma – não roubou a Petrobrás. E ninguém, em lugar nenhum, nem no PT, "confundiu" o público com o privado. O que houve foi roubo mesmo, roubo do que era público. Não houve "mau uso" do dinheiro público. Houve apropriação do alheio. Foi o patrimônio público que foi assaltado. Nem Duque, nem Barusco, nem os donos das empreiteiras do cartel do bilhão, nem Vaccari, confundiram o patrimônio da Petrobrás com o seu. Simplesmente, meteram a mão no que não era deles.

Da mesma forma que essa conversa tola – e vigarista - o objetivo desse "pacote" é manter intocado o esquema de corrupção montado contra a Petrobrás, impedindo qualquer ação efetiva contra os propineiros do cartel. Tudo o mais nesse pacote é perfumaria de baixa qualidade para enganar trouxas.

Nos pareceu, a princípio, quase inacreditável que, a essa altura dos acontecimentos, a principal preocupação do governo – e da senhora presidente – fosse defender a impunidade e a continuação de um esquema de corrupção que já foi estourado publicamente.

Como o resumo do pacote divulgado pelo Planalto, na questão das multas, parece uma tradução do sânscrito feita pelo Google, concedemos o benefício da dúvida. Mas esta acabou quando o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), prócer da bancada governista que esteve na reunião em que o ministro Mercadante expôs o "pacote", confirmou o nosso entendimento.

IMPUNES

Pelo decreto que regulamentou a Lei 12.846 (que é parte do pacote), disse Eunício, as multas deixam de ser sobre o faturamento total das empresas e passam a ser apenas sobre os contratos fraudados, para que, com essa base, o governo feche mais facilmente "acordos de leniência", deixando as empresas que roubaram o Estado no mesmo lugar que antes. Diz o senador: "A intenção é punir e não quebrar as empresas".

O governo inventou, então, uma nova forma – ou um novo conceito – de punição: aquele em que a punição não pune a empresa ou esta não pode se sentir punida. Pois é óbvio que reduzir as multas ao que as empresas "podem" - ou seja, querem - pagar, equivale a deixá-las impunes e tornar o governo em coiteiro permanente de assaltantes do Estado e das estatais.

Sobretudo quando há outras empresas brasileiras que podem substituir esses bandidos.

Em nota, advertiu o Movimento do Ministério Público Democrático:

"... não se pode esquecer que tais organismos [controladorias e corregedorias] integram o Poder Executivo, que seus chefes ocupam cargos de confiança nos governos a que servem e que a Lei 12.846 não foi aprovada com o simplista objetivo de salvar empresas. Não se pode dar margem ao oportunismo empresarial, permitindo a empreendedores desonestos que comprem legalmente a impunidade, que cheguem à conclusão que vale a pena sistematicamente violar a lei, correndo riscos para depois se acertar com o governo e se livrar, por exemplo, da pena de proibição de contratar com o poder público. (…) jamais os acordos de leniência deveriam se prestar a frustrar ardilosamente investigações e ações penais e civis públicas fundadas na Lei de Improbidade".

CARLOS LOPES