quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dep. Pacheco condena “barbárie” de Beto Richa

Parlamentares paranaenses repudiaram a ação truculenta do governador Beto Richa contra os servidores públicos que protestavam pela não aprovação do projeto que altera as regras do sistema previdenciário estadual nesta quarta-feira (28). Contrários à medida, os deputados expressaram sua indignação votando contra matéria aprovada por 31 votos a 20 e usando a tribuna para denunciar a repressão que acontecia do lado de fora da Assembleia Legislativa. 

“Surreal talvez seja a palavra que mais possa se aproximar da barbárie que nós estamos vendo nesta tarde. Não tem nada de black blocs. Tem a força policial contra o povo do Paraná. Tem a força policial contra os professores, contra os trabalhadores”, afirmou o deputado Márcio Pacheco, do Partido Pátria Livre (PPL), contestando a informação do governador e do presidente da Casa de que a polícia estava contendo grupos de vândalos mascarados. 

“Os professores estão sendo agredidos e os policiais também estão sendo agredidos na sua dignidade, enquanto nós estamos aqui dentro, sendo obrigados a votar um projeto que não tem condições de ser votado. Não é legítima a votação desse projeto”. Para o parlamentar que teve carreira na polícia militar e que afirma nunca ter visto cena semelhante, os deputados que votaram a favor desse projeto podem ganhar a votação, mas “estão perdendo nesta tarde um direito que não é alienável, que é o direito de andar de cabeça erguida”

O deputado Márcio Pauliki, do PDT, usou sua declaração de voto contrário ao PL para lembrar que “há sangue na rampa da AELP. Não podemos ignorar o que está acontecendo lá fora”. “O movimento dos servidores aqui em frente à ALEP é legítimo, composto majoritariamente por profissionais da educação que, assim como eu, querem um Paraná que valorize o cidadão.”, afirmou o parlamentar. 

“O que vimos aqui hoje foram cenas de horror. O Paraná ficou manchado com o sangue dos educadores. E este projeto será sempre lembrado por ser a causa da morte do estado democrático no Paraná”, são as palavras do deputado Requião Filho (PMDB). “Por que, na hora do aperto, mexer com os mais fracos? Por que tirar dinheiro dos nossos professores e dos funcionários públicos do Paraná?”, questionou. 

O senador Roberto Requião (PMDB), também se solidarizou aos professores da rede pública. “O governo está socorrendo o orçamento em cima de um desfalque da previdência e montando uma gambiarra. Isso vai estourar lá na frente, sem sombra de dúvidas”. Requião denominou a repressão policial que deixou ao menos 200 feridos de “massacre”. “Agressão de Richa contra os professores é estúpida, violenta, cruel, imbecil, idiota e desnecessária”, disse por meio de redes sociais. 

Policiais militares que se recusaram a participar da agressão contra os professores foram presos 

Ao menos 17 policiais militares se recusaram a participar do cerco aos professores que se manifestavam em frente à Assembléia Legislativa do Paraná e, por descumprir ordens, foram presos. 

A informação foi fornecida pela própria Polícia Militar nesta quarta-feira (29). 

Um efetivo de 4 mil homens, deslocados de todo o Estado, foram colocados pelo governador Beto Richa (PSDB) para reprimir com cães, balas de borracha, bombas e cassetetes os servidores públicos que protestaram contra a aprovação do projeto que permite que a administração estadual assalte o fundo previdenciário do funcionalismo. Foram mais de 200 feridos. 

De acordo com informação de um policial que não se identificou e foi veiculada pelo Paraná Portal, outros 50 militares deverão ser exonerados por não cumprir as ordens de usar a força contra os professores.

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